Você começou a estudar sobre UGC, montou um portfólio, já postou alguns vídeos de teste e até enviou seu material para algumas marcas — mas até agora, nada. Nenhuma resposta, nenhum job fechado, nenhuma proposta de parceria. Se essa é a sua realidade, antes de achar que “não serve para isso” ou que “o mercado está saturado”, é hora de olhar para dentro.
Na maioria das vezes, criadores de UGC não conseguem oportunidades porque estão cometendo erros simples — mas que custam caro. E o pior: muitos nem percebem que estão sabotando sua entrada nesse mercado tão promissor.
Se você quer realmente trabalhar como criador de UGC e começar a ser notado pelas marcas, aqui vão cinco erros comuns que podem estar te afastando dos jobs — e o que fazer para virar esse jogo.
1. Achar que UGC é só “gravar um vídeo falando bem do produto”
O primeiro erro é não entender o que realmente é UGC. Muita gente pensa que basta pegar um produto, ligar a câmera e elogiar. Mas UGC não é propaganda disfarçada. Ele precisa parecer espontâneo, real e centrado na experiência pessoal.
As marcas estão em busca de criadores que saibam contar histórias de forma natural, mostrar benefícios no contexto do dia a dia e criar conteúdo que pareça ter sido feito por um consumidor comum, e não por um roteirista de agência.
Se os seus vídeos parecem muito “ensaiados”, com frases como “este produto é maravilhoso” ou “eu super recomendo”, sem mostrar o porquê, você pode estar sendo ignorado justamente por não transmitir autenticidade. UGC é sobre gerar conexão — e conexão vem da verdade.
📌 Como corrigir:
Assista a vídeos de UGC bem avaliados (como os da Billo ou Trend.io) e observe o tom. Treine vídeos mostrando um produto sendo usado, com comentários simples, naturais e com foco no benefício real.
2. Ter um portfólio genérico e desorganizado
Outro erro comum é enviar um portfólio bagunçado, sem foco ou visualmente poluído. Criadores de UGC às vezes jogam tudo em uma pasta de drive sem nomear os vídeos, sem descrever o tipo de conteúdo ou com links quebrados.
Além disso, muitos portfolios não mostram variedade de formatos — são apenas vídeos parecidos, sem contexto, ou com baixa qualidade de som, luz e enquadramento.
O portfólio é sua vitrine. E se ele não transmitir profissionalismo e clareza, dificilmente uma marca vai se interessar em seguir adiante.
📌 Como corrigir:
Crie uma pasta com organização visual simples: separe vídeos por formato (review, unboxing, tutorial), dê títulos a cada conteúdo e adicione uma pequena descrição. Use plataformas como Notion, Canva ou até Linktree para hospedar com apresentação fluida.
3. Esperar que os jobs venham até você
Esse é um erro clássico de quem está começando. Monta o perfil, grava alguns vídeos, publica dois ou três no Instagram e… espera. Acha que as marcas vão “achar seu conteúdo e contratar”. Na prática, o mercado de UGC é ativo — e você precisa se apresentar.
As empresas não vão descobrir seu portfólio do nada. É preciso prospectar: enviar e-mails, aplicar em campanhas, marcar marcas em vídeos estratégicos (sem forçar uma publi), se cadastrar em plataformas de creators, entrar em comunidades no WhatsApp ou Telegram.
Quem tem resultado com UGC é quem vai atrás com consistência. Criadores bem pagos são, antes de tudo, bons vendedores de si mesmos.
📌 Como corrigir:
Monte uma lista de marcas que você admira, crie vídeos fictícios para elas e envie via DM ou e-mail com portfólio anexado. Cadastre-se nas plataformas Insense, Collabstr ou [Trend.io]. Entre em grupos de creators e acompanhe oportunidades diariamente.
4. Ignorar os detalhes técnicos dos vídeos
Não basta ser natural — o vídeo precisa estar claro, audível e bem enquadrado. Muitos criadores deixam de conseguir jobs porque gravam com som estourado, ambiente barulhento, má iluminação ou ângulos confusos. E a marca não tem tempo para editar ou adivinhar o que você quis dizer.
Você pode estar se posicionando como criador, mas se o vídeo não mostra seu rosto claramente, não tem boa dicção ou está tremido, a primeira impressão vai ser negativa — e dificilmente corrigida depois.
📌 Como corrigir:
Grave com luz natural ou use um ring light simples. Cuide do áudio (grave em ambiente silencioso ou use microfone de lapela). Olhe diretamente para a câmera e evite cortes secos demais. Se puder, edite com CapCut ou InShot para ajustar ritmo e legenda.
5. Focar só no conteúdo e esquecer o posicionamento
Muitos criadores de UGC são bons no conteúdo, mas falham em se posicionar como profissionais. O que isso significa? Não deixam claro em seus perfis que estão disponíveis para trabalhos, não usam palavras-chave como “criador de UGC” ou “UGC creator”, não falam de nichos, não explicam o que entregam.
Sem posicionamento, a marca não entende o que você oferece — e passa para o próximo. Seu perfil precisa dizer com clareza: quem você é, o que você faz e como pode ajudar a marca.
📌 Como corrigir:
Atualize sua bio no Instagram, TikTok e LinkedIn com algo como:
“🎥 Criadora de UGC | Conteúdo autêntico para marcas de beleza e bem-estar | Portfólio no link abaixo.”
E mantenha posts frequentes mostrando bastidores, testes e exemplos. Isso gera percepção de autoridade.
Trabalhar com UGC exige mais do que talento: exige consistência
Se você leu até aqui, já deu um passo importante: reconhecer que o resultado só vem quando há intenção clara, estratégia e prática constante. O mercado de UGC está aquecido, sim. Marcas estão investindo mais do que nunca em conteúdo real, feito por pessoas reais. Mas elas também estão ficando mais exigentes — e vão escolher quem transmite preparo.
A boa notícia é que esses erros são corrigíveis rapidamente. Bastam alguns ajustes na comunicação, na organização do portfólio e na forma como você se apresenta. Com isso, as chances de ser notado, contratado e até indicado aumentam muito.
O mais importante é não parar. Continue gravando, estudando, testando formatos, refinando sua linguagem. Cada vídeo melhora o próximo. Cada contato abre uma nova possibilidade. E, quando os jobs começarem a vir, você vai perceber que o UGC é mais do que uma tendência — é um caminho real e acessível para se posicionar no mercado digital com autenticidade.